Foto: Charles Guerra (Diário de Santa Maria)
A CPI foi motivada pelo suposto uso de máquinas em propriedade particular em frente a uma estrada municipal
Depois de perder a maioria na Câmara de Vereadores de Santa Maria, o governo Jorge Pozzobom (PSDB) enfrenta, agora, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Como havia prometido, a oposição protocolou na terça-feira uma CPI para apurar o suposto uso de máquinas da prefeitura para realizar serviços em uma propriedade particular, no Bairro Passo das Tropas. A denúncia partiu do vereador Marion Mortari (PSD), que gravou um vídeo e publicou, no sábado, em sua rede social Facebook. A suposta irregularidade tem de ser investigada, e a prefeitura tem de ser o mais transparente possível, informando detalhadamente o tipo de parceria e os moradores envolvidos. Aliás, deveria ter feito assim que a denúncia veio à tona.
Oposição quer CPI para apurar uso de máquinas em propriedade particular
Apesar de afirmar que não há irregularidade nenhuma e parcerias com moradores são comuns, o Executivo se apressou a descartar a abertura de uma sindicância. Não devia, antes de averiguar a situação. Isso só deu combustível à oposição, que estava ávida por um tropeço da prefeitura para cair em cima do governo Pozzobom. Depois da eleição da Mesa Diretora no final do ano, os cinco vereadores de oposição ganharam o reforço dos seis dissidentes da base da prefeitura, que votaram contra o candidato do Executivo e, como consequência, perderam os cargos na administração.
Os parlamentares têm, sim, de fiscalizar, esse é um dos seus principais papéis. Agora, uma comissão especial seria suficiente para apurar o caso. Se isso estivesse ocorrendo reiteradas vezes, justificaria a CPI. A bancada de oposição tem de cuidar para não banalizar, abrindo CPIs a cada denúncia que surgir, até para não ser taxada de oportunista. E para o governo, sem dúvida, é ruim começar o ano com uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Será barulhenta, atrapalha o andamento do Executivo e, por tabela, as ações à população. Mas boa parte do que está acontecendo é por falta de habilidade da própria prefeitura: não conseguiu manter a base já no primeiro ano, perdeu a eleição da Mesa e, com minoria, não conseguiu evitar uma CPI.